Flávio
de Lima Queiroz[1]
Se um cientista deseja saber a expectativa de vida
ao nascer da população maranhense ou se o
cidadão quer saber o Produto Interno Bruto de determinado município,
surge uma necessidade: dados confiáveis. Nesse contexto, faz-se imprescindível
a sociedade contar com uma instituição oficial de pesquisa com a credibilidade
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As estatísticas oficiais
propiciam o desenvolvimento da ciência e da cidadania.
Dados
estatísticos oficiais mostram-se indispensáveis para pesquisas acadêmicas em
diversas áreas. O IBGE realiza pesquisas em distintas áreas: saúde, Pesquisa de
Assistência Médico-Sanitária – AMS, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar –
PENSE e Pesquisa Nacional de Saúde – PNS; agropecuária, Pesquisa da Pecuária
Municipal – PPM e Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA; e
instituições públicas, Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC e
Pesquisa Sobre o Perfil dos Estados Brasileiros – ESTADIC. Destacam-se, ainda,
os grandes projetos de pesquisa do IBGE, como o Censo Demográfico, o Censo
Agropecuário, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD-C e
os levantamentos para o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor –
SNIPC, cujos resultados são divulgados cotidianamente pela imprensa. O conjunto
de dados oficiais corresponde à complexidade da demanda social.
Dados
estatísticos configuram um recurso necessário para os gestores públicos. Na
promoção das políticas públicas, a análise de dados ocorre desde a sua
formulação, a fim de caracterizar um problema e definir solução, até a
avaliação dos resultados. Imagine executar uma política de educação cujo
objetivo seja a erradicação do analfabetismo sem ter à disposição indicadores
para identificar os municípios que apresentam maior quantidade de analfabetos e
a faixa etária em que se concentra o problema. Haveria grande propensão ao erro
e ao desperdício de dinheiro público mediante o uso inadequado de recursos para
atender à demanda. A gestão pública contemporânea depende de dados estatísticos
para alcançar seus objetivos de forma eficiente e eficaz.
Esses
dados são igualmente primordiais para a cidadania, sobretudo para o controle
social da gestão pública. O cidadão tem direito à informação como participante
de uma sociedade baseada na democracia. Ele pode, por exemplo, usar as
estatísticas sociais e econômicas para avaliar o desempenho dos poderes
públicos municipal, estadual e federal. Por intermédio das pesquisas do IBGE, é
possível analisar a evolução temporal de dados como renda das famílias,
analfabetismo, valor da produção do comércio e da indústria, taxa de desocupação
e inflação. As estatísticas possibilitam que os diferentes segmentos sociais
verifiquem como as políticas públicas influenciam suas vidas e, dependendo de
sua análise, cobrar das autoridades públicas as medidas cabíveis para a
melhoria das condições socioeconômicas. Isso configura recurso que o cidadão
deve considerar nas distintas oportunidades de participação política,
especialmente nas eleições.
A
sociedade deve aproveitar a vantagem de ter à disposição um conjunto de
estatísticas oficias de qualidade para conhecer melhor a realidade local. O
IBGE disponibiliza, via internet, diferentes canais e bancos de dados para
facilitar o atendimento da sociedade. Desse modo, o cidadão maranhense, por
exemplo, pode conhecer melhor o estado e as cidades do Maranhão pelo site www.ibge.gov e
pelos canais Estados@ (http://www.ibge.gov.br/estadosat) e
Cidades@ (http://www.cidades.ibge.gov.br). No
Estados@, verificam-se dados como população estimada do ano passado, densidade
demográfica e rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente; no Cidades@, por sua vez,
encontram-se infográficos, históricos, sínteses de informações e, ainda, fotos
das cidades. Certamente, o acesso aos referidos sites constitui excelente forma
de aumentar o conhecimento acerca do Maranhão.
O
conhecimento de dados estatísticos é essencial para a formação de uma sociedade
integrada por cidadãos bem informados e a produção de pesquisas acadêmicas
condizentes com as demandas sociais. Ademais, as políticas públicas devem ser
baseadas no conhecimento da realidade local para assegurar maior possibilidade
de êxito. Canais de acesso a dados oficiais como os disponibilizados pelo IBGE
representam contribuição significativa para o progresso da ciência e o
exercício da cidadania no Brasil.
[1] Mestrando em Ciência Política (UFPE).
Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura (IBGE).
E-mail:
flavioqueirozzz@gmail.com
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