segunda-feira, 21 de março de 2016

A CONSTRUÇÃO CIVIL E A GERAÇÃO DE RESÍDUOS



Shirlen Caroline Rabelo Cabral¹

A construção civil tem papel econômico e social relevante para o país, é fonte de riquezas e postos de trabalho. Entretanto, é responsável pela geração do maior volume de resíduos da economia moderna e pelo consumo demasiado de recursos naturais. Os resíduos gerados pela realização das atividades civis são conhecidos popularmente como "entulho", e compreendem todos os materiais provenientes de construções, reformas, reparos, demolições de obras da construção civil, além dos resultantes da preparação e da escavação de terrenos. Estes materiais possuem uma classificação específica:

  •  Classe A: resíduos que podem ser reutilizados ou recicláveis como agregados para a construção;
  • Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros e madeira;
  • Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações que sejam economicamente viáveis para permitir reciclagem ou recuperação;
  • Classe D: resíduos perigosos gerados no processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde.

Os Resíduos de Construção Civil (RCC) detêm um alto potencial de reciclagem e reaproveitamento, um forte fator para viabilizar condições para minimizar os impactos gerados pelo setor. Porém, na maioria dos casos, recebem tratamento semelhante aos resíduos sólidos urbanos – depositados em lixões, aterros controlados, aterros sanitários ou dispostos em locais inadequados –, gerando impactos ao ambiente e, principalmente, prejudicando a qualidade de vida da população.
Há anos, as cidades brasileiras vêm apresentando problemas quanto ao destino correto dos RCC’s. Devido a isso, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) a Resolução nº 307, de 05/07/2002, a primeira iniciativa a nível nacional que definiu diretrizes – responsabilidades, deveres e instrumentos – para a gestão destes resíduos. Porém, é necessário que haja uma Legislação nas Esferas Estadual e Municipal para atuar consecutivamente sobre as questões referentes ao tema em cada localidade.
Devido à descoberta da possibilidade de gerar produtos de baixo custo para atividades inerentes à construção a partir desses materiais que, literalmente, acabavam "mortos" e “enterrados”, sua destinação tornou-se um assunto bastante discutido. Estes entulhos são utilizados como matéria-prima para a fabricação de agregados, - areia, brita, rachão e bica corrida -, produtos com alto desempenho, quando comparados aos produzidos da maneira convencional. Com isso, está surgindo um novo mercado com perspectivas de sustentabilidade, cuja matéria prima é o “lixo”.
Os RCC’s podem ser submetidos a 3(três) processos: reaproveitamento – reaplicação sem transformação –, reciclagem – reaproveitamento após submissão a procedimento de transformação – e beneficiamento – submissão a operações que permitam sua utilização como matéria-prima ou produto. Estas práticas são eminentemente sustentáveis e deveriam ser mais difundidas, com a intenção de reverter a escassez dos recursos naturais e os danos ambientais causados por esses resíduos ao meio ambiente e à sociedade. Porém, é necessário que exista estrutura em equipamentos e uma reeducação social acerca da importância desta iniciativa. O Brasil, comparado a outros países, possui inciativas discretas em relação a esta prática. No entanto, no âmbito nacional, temos a cidade de Belo Horizonte como forte referência de sustentabilidade, uma vez que esta desenvolve o Programa de Reciclagem dos Resíduos da Construção Civil há mais de duas décadas.

¹Arquiteta e Urbanista (UEMA) , Técnica em Design de Produtos (CEFET-MA)
 E-mail: shirlen_cabral@hotmail.com

A Aula Adaptativa: reflexão a quatro mãos



Prof. Dr. Reinaldo Portal Domingo (UFMA)


Em Madrid tive o privilégio de conhecer ao professor pesquisador Jose Dulac, fervente defensor do uso das TIC em sala de aula com amplíssima experiência no uso do quadro digital, tablets, realidade aumentada, realidade virtual, robótica entre outros e a capacitação de docentes dentro e fora da Espanha. Hoje me encontro entre seus seguidores e amigos. Por essa razão estou apresentando esta reflexão a quatro mãos, já que em verdade o trabalho inicial e dele “Reflexión sobre las tecnologías en la Educación: El Aula Adaptativa” publicado por Espacio Eniac el 18 de dezembro do 2015.

Tanto na Europa, em particular na Espanha, como no Brasil o processo de ensino aprendizagem tem a possibilidade de uso das ferramentas e recursos tecnológicos de qualidade existentes na Web 2.0, como nas TIC em sentido geral. Agora, pensamos que chego a hora de realizar um aprofundado analise que leve a “um rotundo e necessário cambio metodológico que está demorando demais em acontecer”.

Coincido com Dulac que “tecnologia, formação e metodologia não sempre vão juntos da mão”, embora essa triada compõe os elementos necessários para a realização do cambio e “adaptar nossa forma de ensinar a os avanços tecnológicos e as demandas formativas que a sociedade atual precisa”.

“Os constantes avanços tecnológicos colocam a nossa disposição excelentes ferramentas e recursos, mas precisam de uma boa formação didática para levar eles com sucesso na sala de aula”.

Exemplo de isso na UFMA é o uso do SIGAA, uma excelente ferramenta didática, que a maioria dos docentes não sabem utilizar em todas suas potencialidades.

Faz bastante tempo que, tanto Dulac na Espanha, como nós aqui na UFMA, estamos insistindo na necessidade de melhorar a formação dos docentes para um adequado uso da tecnologia para realizar um verdadeiro cambio metodológico.

Si pretendemos transformar a UFMA em uma universidade digital (ver artigo anterior deste autor), temos que pensar e estruturar uma formação continuada ao longo da vida para nossos professores que garanta a adequada utilização das ferramentas TIC e o potencial da Web 2.0. “A gestão de conteúdos multimídia e interativos em sala de aula exige uma formação didática especifica que, normalmente, não está se realizando com a eficiência necessária e isto implica uma utilização deficiente das tecnologias. Na maioria dos casos não somos conscientes destas deficiências e mantemos um nível de conformidade que parece-nos suficiente”.

Por esta razão, o prof. Dulac a iniciado neste 2015 uma proposta de pesquisa colaborativa denominada Aula Adaptativa (www.aulaadaptativa.es) em parceria com a UNED da Espanha (Departamento de Didática, Organização Escolar e Didáticas Especiais da Faculdade de Educação) em que a Faculdade de Medicina da UFMA participara de forma ativa, a traves de seu Núcleo de Uso das TIC na educação.

“A proposta de Aula Adaptativa baseia-se em aproveitar os recursos e ferramentas das TIC para melhorar a formação didático-tecnológica dos docentes, a comunicação nas salas de aula, a gestão da informação, a utilização das melhores ferramentas e recursos, a necessária criatividade dos docentes, a colaboração e capacidade de adaptação as mudanças em sala de aula”. 

A Faculdade de Medicina da UFMA trabalhara sobre os temas de: Aula Adaptativa na Educação superior, TIC no ensino da medicina, as TIC e a realidade aumentada em sala de aula, as TIC na realidade virtual em sala de aula, a câmera de documentos em sala de aula, os Monitores interativos em sala de aula e intentar participar nos próximos eventos relacionados com estes temas: (www.foroticedu.es, www.congresopizarra.com y www.encuentropizarra.com).

E muito trabalho pela frente, mais acreditamos no potencial de nossos docentes comprometidos com a causa de melhorar o ensino da medicina, elevar cada dia mais os índices de qualidade e colocar o processo de ensino aprendizagem ao nível de Universidade Digital do século XXI.

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