Shirlen Caroline Rabelo Cabral¹
Design é o processo técnico e criativo que compreende o desenvolvimento de soluções inusitadas para as necessidades do homem. Anteriormente, estava voltado exclusivamente para a resolução de problemas, hoje, ele adquire mais uma intenção: criar oportunidades de mercado. Se tratando de produtos, seu conceito abrange todo e qualquer objeto que agrega eficiência e facilidade para a realização de tarefas, ou representam o avanço do olhar crítico do homem em relação ao atendimento de uma necessidade. Aliada a toda esta técnica projetual existe uma metodologia bem elaborada que garante o perfeito desenvolvimento de uma solução compatível com as expectativas e oportunidades do mercado.
Popularmente, a palavra é associada apenas a produtos, objetos, elementos que apresentam aparência agradável, formas inusitadas, cores modernas, enfim, a tudo o que é bonito e atraente visualmente. Esta concepção foi adquirida em função do caráter elitista que o design desenvolveu, principalmente, devido à imagem criada pela mídia, que distorce o verdadeiro significado e intenção desta prática intimamente técnica. Deste modo, gradativamente, seu conceito se distancia da ideia de soluções inteligentes de problemas e se aproxima do que é efêmero, do obsoletismo rápido.
Apesar da distorção de sua imagem, a prática do design tem uma grande importância para a sociedade atual. A atuação deste profissional - o designer - garante a melhoria das condições de vida de toda a sociedade, tendo em vista sua capacidade de enxergar o óbvio, embora ninguém o veja. Porém, por trás do exercício de sua função há um profundo preconceito devido à falta de conhecimento acerca de suas reais intenções.
Devido a isso, qualquer profissional que produz um artefato/produto, hoje, é capaz de denominar-se designer. Ainda que não possua sequer embasamento teórico sobre o que é projetar. Este fato reflete a banalização da profissão, a falta de reconhecimento social e profissional de seus personagens e dificulta, ainda que indiretamente, a regulamentação da profissão.
Segundo Bonsiepe (2011), apesar de ser um privilégio das classes de maior poder aquisitivo, o design tem seu caráter humanitário evidente uma vez que existe uma preocupação com o atendimento de requisitos, resolução de problemas, desenvolvimento de produtos que venham suprir uma necessidade - que por vezes ainda não se sabe que existe. É um instrumento passível de ser utilizado para o desenvolvimento de uma política participativa que vise a elaboração de propostas em forma de artefatos para as necessidades e anseios dos grupos sociais menos favorecidos.
Logo, é preciso haver políticas e programas de incentivos ao desenvolvimento do design visto, principalmente, sua importância social. E hoje, em meio a toda a mobilização quanto a criação e atendimento de parâmetros sustentáveis, seu profissional adquire mais uma responsabilidade: minimizar as condições e impactos ambientais causados pela fabricação de produtos.
REFERÊNCIA
BONSIEPE, Gui. (org). Design, cultura e
sociedade. São Paulo: Editora BLUCHER, 2011.
¹Arquiteta e
Urbanista (UEMA) , Técnica em Design de Produtos (CEFET-MA)
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